Sucupira
Consultando o fitoterapeuta
Claudio Lima Olá, prezados leitores do Clube da Dona Menô!
Meu nome é Décio Luis Alves. Sou ginecologista e obstetra. Especializei-me em mastologia e ao longo de minha carreira apaixonei-me por medicina ortomolecular, fitoterapia e acupuntura. Desde então venho exercendo o que aprendi e tentando aplicar todas essas “medicinas” em favor da melhor qualidade de vida do paciente.
Dona Menô e dra Leila Marinho Lage, minha amiga de muitos e muitos anos e colega de trabalho, me convidaram para eu fazer alguns comentários “mais científicos” para a saga “A Sucupira”... Pelo visto, nos capítulos anteriores, tanto a doc quanto seus leitores estão um tanto perdidos em meio a tantas sucupiras e o que delas falam...
Caso queiram alguma informação adicional ou fazer alguma pergunta, dentro do possível tentarei esclarecer. Vamos, então, à sucupira:
Claudio Lima Sucupira é o nome popular de várias árvores brasileiras, tais como a Bowdichia virgilioides, Pterogyne nitens ou Pterodon polygaleflorus. Existem principalmente em Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. A espécie Pterodon pubescens tem sido a mais estudada com propósitos terapêuticos, com alguns trabalhos científicos demonstrando seus efeitos.
Podemos identificar cerca de 30 substâncias de interesse farmacológico, com diversas ações medicamentosas e toxicológicas.
Claudio Lima
Tem sido popularmente utilizada principalmente para infecções na garganta, mas nos últimos anos outras propriedades da planta têm sido investigadas. O chá de Sucupira é usado para úlceras, gastrites, excesso de ácido úrico, amidalite, artrite, asma, blenorragia (gonorreia), dermatoses, dor espasmódica, diabetes, rouquidão, sífilis, hemorragias, vermes intestinais, além disso, é anticancerígeno e combate inflamações no útero e ovário. Entretanto, não existem ainda trabalhos científicos provando toda esta atividade. De forma geral, é considerada um potente antinflamatório, mas trabalhos realizados na Universidade de Campinas demonstraram ação contra o câncer de próstata e contra o melanoma (câncer de pele). Outro estudo evidenciou efeito analgésico e estimulador do sistema imunológico, com melhora dos quadros de artrite. Dois trabalhos demonstraram que o uso local de tintura de sucupira na pele pode evitar a picada do mosquito transmissor da Doença de Chagas.
A utilização terapêutica desta planta ainda está em fase muito inicial. Devido a diversas substâncias tóxicas na sua composição, pode causar lesão no fígado e no estômago. O uso local de forma inadequada pode causar irritação à pele, com formação de eczemas.
Assim sendo, a forma mais popular e menos lesiva ao organismo tem sido o chá de sucupira, que, devido à sua alta diluição, tem menor possibilidade de causar algum dano ao organismo, se bem que pessoas com problemas gástricos e de vesícula poderão ter seus sintomas piorados.
Como fazer e beber chá de semente de sucupira:
Claudio Lima
Usar 3 pedaços de casca e semente. Lavar bem e ferver por 8 minutos em um litro de água.
Após esfriar, conservar na geladeira.
Consumir como água.
Limitar seu uso a um mês e depois descansar por pelo menos 15 dias.
Lembrem-se: mesmo em uso de plantas, não devemos relaxar com o acompanhamento médico!
Décio Luis Alves
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Fotos Cláudio Lima http://br.olhares.com/clima98 |