A "PEGA"
Aqui é Dona Menô, rapaziada!
Por favor, liguem a eletrola e ouçam a música abaixo enquanto leem meu texto, mas cuidado para não saírem de minha página. Abram uma nova janela, senão vão sair do meu site:
http://www.youtube.com/watch?v=somLGgv5Mrc
É o seguinte: a doctor anda meio de rabo baixo (pra quem não é daqui do Brasil, "rabo baixo" é exatamente como o cão fica quando está doente, triste ou com medo). A doc tá com tudo isto, então ela me pediu assim:
“Menô, por favor, escolha uma foto em meus arquivos, insira a mesma no Olhares e faça um comentário bem sucinto. Eu não estou bem e espero que não me coloque em nenhuma furada, ok?".
Turma, eu não sei se sabem o que é furada, mas isto me lembrou de canoa. É como ela viu a sua vida tempos atrás. A coisa ficou preta, mas agora só tá marrom...
Well, pensando em canoa furada, rapidamente eu me lembrei de pesca. Daí foi um passo para este molinete enorme que aparece na foto...
Eu aprendi a curtir o mar por causa da doc, marinheira de mil viagens pela vida, desde que nasceu, se bem que agora ela está mais pra tainha do que pra badejo.
Voltando ao assunto molinete, quero dizer que sou simplesmente APAIXONADA por ele! Sim! E por isto a música que envio, com a ginga brasileira, e ao fundo, aquela voz gostosa de Barry White - ou será Marvin Gaye? Sei lá! É tudo música de motel...
Com essa coisa de maruja, eu tinha que aprender a pescar romanticamente. Para isto eu tive que passar pela fase artesanal da coisa: com aquele caniço de bambu fininho e aquela minhoca na ponta. Não deu certo... Fiquei muito tempo perdendo exatamente... o meu tempo... e paciência. Daí encontrei um instrutor de pescaria.
O meu instrutor parece até agente secreto, pois ele não gosta de aparecer. Assim fica melhor, porque a gente pode pescar em paz, sem ninguém pra fuçar nosso cardume, nem pegar o remo dele, porque este barco tem remo pra caramba! Ele me ensinou a usar um bom molinete.
Gente, molinete é tudo de bom! Primeiro vocês têm que segurar bem forte no bambu (porque caniço que se preze é feito do melhor bambu brasileiro!). Meu instrutor fica às minhas costas pra poder me ajudar. Há toda uma técnica pra pegar em varas. Com a outra mão a gente destrava o molinete, que tem que estar bem justinho, certo? A seguir a gente lança ao mar a linha, mas é preciso todo um jogo de cintura para isso. Se derem um lance muito tímidos, a linha enrola ou vai pra margem.
Meu instrutor diz que tudo é questão de PEGA. Ou vocês pegam direito ou não pegam, não existe meia pegada. Fora isto, tudo vai depender de mais duas coisas imprescindíveis: a isca e a praia. Se a isca que usam não presta, não vai dar peixe nas suas redes - ou melhor, em seus anzóis. Em matéria de praia, então, nem se fala: "Qual é a tua praia, mermão?". Vocês têm que saber se o mar tá pra peixe!
Depois que se acertarem na pior parte, travem o molinete, enfiem a vara em algum buraco e fiquem olhando bem espertos. NIQUI a vara começar a balançar doidamente, o peixe foi fisgado! Aí é só destravar o molinete e vamu que vamu -, enrolando a linha até um peixão aparecer.
Pior é quando a gente pensa que vai pular um cherne e saltita uma cocoroca...
Texto e Foto de Leila Marinho Lage
9 de agosto de 2010
Clube da Dona Menô
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