IT´S NOT MOLE NO!
Despedindo-me da minha compacta, cap III
Gente, ter uma compacta e querer ser fotógrafa foi até o momento uma excelente experiência, mas desde o ano passado, após uma viagem de barco, percebi que ela tem defeitos, que deve ser fungo ou algo do gênero. Dependendo da refração luminosa, surgem manchas nas fotos. Com isso, sou obrigada a fotografar a mesma imagem em várias posições.
Como nesta Sony o zoom é uma pobreza, sou obrigada a chegar bem perto do foco, como nesta foto acima.b Enquanto os grandes fotógrafos munidos de equipamento moderno, cheio de recurso, faz miséria num clique, comigo a coisa é bem diferente... Se é pra fotografar, tenho que ajoelhar...e rezar...
Eu estava num sítio de japoneses, a 1680 metros de altitude, na serra da Mantiqueira, interior de São Paulo, na cidade de Campos do Jordão, o mais alto município do Brasil. Estavam festejando a florada das cerejeiras, tradição oriental, mas eu queria mais. Afastei-me de todos e comecei a subir barrancos úmidos, solo escorregadio.
Eu estava procurando a flor perfeita, talvez algo que não existisse em plano reto, algo que não existisse nas várias plantas que estavam ao meu redor. De repetente avistei uma vegetação rasteira com esta flor tão mimosa, que eu nunca vi antes. Agachei e registrei.
O maior problema é que eu não sou carneiro. Assim sendo, escalar morro foi fácil, mas descer foi um drama. Além de problemas nos ligamentos dos meus pés, o que me faz pisar com cuidado, eu me equilibrava em barro molhado, uma lamaçal. Qualquer descuido eu viraria uma bola de boliche pirambeira abaixo.
Ainda bem que isso não aconteceu, porque seria constrangedor explicar que o acidente fora provocado por uma imensa vontade de fotografar mato.
Não é a foto perfeita, eu sei, mas é um registro do meu lado criança, apesar de o corpo já não ser mais saudável como antes.
Texto e Fotografia
Leila Marinho Lage Rio, 20 de agosto de 2010
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