Viagem




Nesta foto eu estava com uma máquina fotográfica de bolso... Hoje eu não a chamo mais de compacta, nem de pererecoflex, e saberão o porquê abaixo.

Tenho uma poderosinha agora, pelo menos melhor, apesar de eu não saber ainda mexer nela. De vez em quando eu fotografo com a minha velhinha - só pra garantir que eu não irei perder a cena; não irei perder a foto...

Um cais numa cidade litorânea do Rio de Janeiro, o meu paraíso, o lugar de meus sonhos. Meus sonhos não são pelo local em si, muito badalado, à moda. São por um passado muito lindo de minha vida, junto com minha família. Não existe neste mundo lugar mais bonito.

Com a minha maquininha de bolso eu só não consegui fazer com que as luzes ficassem como as que vejo nas fotografias de grandes artistas. Com máquina fotográfica adequada talvez eu conseguisse melhor resolução, apesar de que talvez eu não conseguisse a mesma inocência e a mesma ousadia de quem gosta de fotografar com recursos mínimos.

Conversando com uma pessoa que também adora fotografar, eu comentava: "Pois é... Quem gosta de ser fotógrafo vê o mundo diferente. Quem gosta de fotos olha para detalhes que jamais ninguém vai dar a menor importância! A gente até acostuma nossos olhos e nosso cérebro de acordo com o melhor ângulo, a melhor cena, a melhor luz e os melhores detalhes ao nosso redor!".

Tenho uma profissão e uma vida voltada para muito trabalho, mas algo aconteceu comigo quando comecei a manusear uma maquininha de tirar retratos. Isso me salvou de muita depressão. Meus lazeres se tornaram mais elaborados e muito mais ricos emocional e espiritualmente.

Quando eu vejo pessoas entrarem aqui em minha página ou em algum lugar onde publico meus textos pra me criticar negativamente, não sabem nada de mim e não sabem o que me levou até onde estou hoje. Não sabem o que realizo por aí e nem conhecem o meu passado, que da mesma forma que meu olhar, é rico - não de fortunas, mas afortunado.

Leila Marinho Lage
Rio, 12 de outubro de 2010
http://www.clubedadonameno.com