SEM EIRAS NEM BEIRAS - CAPÍTULO 2 Comecei a trabalhar em Cabo Frio no Carnaval. Era um sábado de Carnaval. Achei até legal, pois fiz de tudo um pouco naquele hospital que me recebia (e me recebe até hoje, mas não sei por quanto tempo vai me receber...). Descobri que existe uma diferença gritante naquele lugar, em relação aos hospitais públicos da capital: lá se podia fazer muita coisa para a população. Depende só de boa vontade, pois grana existe e tudo é em menor escala, se comparado a uma cidade grande. Mas muita coisa acontece que deixa A DESEJAR... Por falar em "deixar a desejar", já ouvi de um "colega" de trabalho que deixo a desejar. Aliás, já ouvi deste colega de plantão que eu sou "muito inexperiente"... Ouvi esta frase e todas as enfermeiras também, como também uma parturiente que dava à luz seu filho. O cara nem era esperado no local, mas apareceu pra falar merda na hora errada. ELE QUIS CHAMAR A MINHA ATENÇÃO E CONSEGUIU. SÓ QUE ELE NÃO ENTENDE DE LEILA E DONA MENÔ... CHAMOU A ATENÇÃO DE QUEM NÃO DEVIA.... No Carnaval eu já comecei a entender a rotina do lugar e das pessoas. Nas semanas seguintes (entressafra) e agora na Semana Santa vi mais coisas. Que coisa... Gente, a coisa é muito séria. To recomeçando a vivenciar momentos que eu já conhecia, que eu deixei pra trás há muitos anos. Preciso do salário (que, retirando os meus gastos, vira uma merreca). To tentando enfrentar com ética e meu sacrifício, inclusive físico, uma batalha sem precedentes no meu lado profissional. Tenho muitas GUERRAS vencidas muito mais sérias do que esta agora, que poucas pessoas puderam vencer. Tentarei agora, nessa batalhinha, me fazer valer. |