Um telefonema, uma relação que acabou.
Jogo a toalha. Estou cansada... Deixo escorregar pelas mãos a vida que nuca vou poder ter. Olho pra minha casa e só vejo poeiras. Para os outros está limpíssima... Tento limpar o que não se vê. As camisolas, caprichosamente arrumadas e cheirosas, vão ficar no fundo da gaveta. Minha mesa traz o peso dos meus dias. Os óculos em cima da conta de telefone aumentam a lista de nossas conversas. Dezenas de celulares contando segundos de ligações não atendidas ou eternas meia-horas de frustrantes diálogos. Perto das contas, o castiçal que enfeitou jantares, vídeos de tempos bons e jornais que se acumulam e não serão lidos. Terminei o que nem comecei. Tentativas em vão de ser feliz. Audácia de ousar um amor que nasceu e vai morrer em mim. Meu lugar agora é perto dos óculos que aumentam o valor das contas, que fazem crescer minha incerteza e meu descaminho. Passo pelo interruptor, que esconderá meus sonhos, e apago as luzes. Preciso enxergar melhor... Vou colocar meus óculos, mas hoje eles só me dão a visão, não o rumo. Amanhã pego aqueles jornais e jogo fora - serão reciclados. Minha vida também... Leila Marinho Lage http://www.clubedadonameno.com VEJA O PPS PERDA EM VÍDEOS E SLIDES (AMOR): http://www.clubedadonameno.com/slides/mostra_slides.asp?id=120
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