Clube da Dona Menô
Dona Menô

 

Devassa nas e-loucas


Eu tinha um grupo de amigos que se correspondiam eventualmente pelo e-mail. Éramos as e-loucas. No começo, era composto por mulheres. Depois alguns homens começaram a participar.

Como tudo que é bom dura pouco, e por motivos alheios à minha "boa" vontade, a coisa acabou (ou foi acabada), mas deixem isso pra lá, que o papo aqui é outro.

Destes amigos, a maioria conheço pessoalmente, os outros certamente irei em breve encontrar. O barato que é que eu acabei fazendo com que eles se conhecessem entre si.

Ontem foi dia de conhecer Elemarcia, a Lelê do Estado de Matogrosso. Também estava vindo para o Rio uma carioca que mora no Estado de São Paulo, Regina, que eu já conhecia. Pra fazer virar festa, chamei outras integrantes do antigo grupo: Tereza e Eliana.

Lelê estava hospedada no Centro da Cidade, justamente na área do Rio antigo, sobre o qual eu e Eliana fizemos matérias, mas acabamos indo para o restaurante Devassa, no Norte shopping.
Uma reunião surreal, onde conversamos sobre tudo e nos emocionamos, rimos, discutimos, assuntos mil sugiram.

Eu ficava olhando aquelas amigas e pensando em como é bom unir gente tão bacana ao mesmo tempo e saber de tanta história diferente, tantas experiências de vida.

Cada uma entrou na minha vida por um caminho diferente, cada uma tem uma história (pequena ou enorme) comigo, mas cada uma fez e faz parte do que hoje eu sou ou me tornei. E digo: Sou melhor, mais positiva, mais forte e mais feliz.

 
Júlia e Guedes, o garçons, foram impecáveis. Acho que até agora estão meio assustados com os vulcões que agitaram o trabalho deles numa segunda-feira despretensiosa. Pena que minhas amigas não conheceram o garçom sósia do jogador Romário.





Como eu já tinha ido a este restaurante num dia desses, aproveitei para aqui colocar a foto dele e do casal de amigos, que vieram de Portugal para uma visitinha básica aos familiares e para descobrirem que um bebê vai fazer parte desta nossa família, a carioca Eliana e seu marido português Pedro Nuno.



Estes também têm comigo um destino. Lamento que não serei eu a trazer à luz este novo serzinho, que foi tão esperado. Mas, tudo bem... Pra que existe Internet, né? A gente faz um pré-natal virtual para ajudar...


Voltando às e-loucas:
 
Tarde da noite fomos levar Lelê para seu hotel. Tadinha dela... Teve que apreciar os monumentos do trajeto de dentro de um carro a toda velocidade e se virando pra lá e pra cá, para poder registrar ao máximo o que apontávamos: “Olha o Instituto Oswaldo cruz! A abóbada foi restaurada! Ali é o cais. Tá vendo o museu??? Ali! Ali! Onde?! Centro Cultural do Banco do Brasil, aí embaixo. Viu que lindo?! Igreja Santa Luzia... Passou....”.





Obviamente, Eliana Rocha quis passar no restaurante Amarelinho (“É só pra rever os garçons amigos, Leila!”). O único garçom realmente conhecido foi o índio. Tomamos a saideira, apresentando à Lelê a história do Rio de Janeiro, diretamente da cadeira de um bar e apontando para o que de mais cultural temos no local, e que poderão ler nos artigos sobre o Rio Antigo.


Lelê, já meio sonada, mas muito feliz por estar ali, ainda participou de diálogos profundos, que só se conversa na mesa de um bar. Profundos? Sim, papos profundos. Assuntos que saíram com tanta naturalidade que mais pareciam uma novela, porém resumindo trajetórias, muitas vezes amargas, muitas vezes felizes, mas que fizeram destas mulheres as amigas que tanto prezo.
 
Leila Marinho Lage
Rio que continua lindo, 4 de dezembro de 2007