Clube da Dona Menô
Dona Menô

As luzes da cidade acesas


Stockholm
 
Estava percorrendo a leitura sobre as fontes de energia e, ao deparar com energia hidráulica, me ocorreu o seguinte: Vários egípcios trabalhando na construção dos Jardins suspensos da Babilônia (os egípcios possuíam alta tecnologia em hidráulica/tubulação e canalização de água para a época).
 
Quando eu fazia o curso de paisagismo um de meus professores que dava aula sobre irrigação, falou sobre isso. Ele comentou que o Jardins Suspensos da Babilônia foram construídos pelo Rei Nabucodonosor II no século VI a.C.
 
Estes terraços arborizados eram feitos para uma de suas mulheres, pois esta sentia saudades das montanhas de sua terra.
 
Embora sendo uma das sete maravilhas do mundo antigo, não há comprovação da existência dos mesmos, a não ser por pesquisa em ruínas de uma construção estranha.
 
Meu primeiro contato com energia elétrica fora aos oito anos de idade, quando eu fora para a cidade estudar. Entrei na escola tarde, aos seis anos, quando eu fora matriculada numa escola na cidade de Santa Rita, perto de Estrela do Sul (MG).  Era um lugar que só possuía uma única rua.

Minhas tias endiabradas me disseram para quando chegasse na classe e a professora fizesse a chamada dos presentes, era para dizer que eu estava ausente. E eu fiz. Como eu entrara depois das aulas já terem iniciado, a classe toda riu de mim e eu não quis mais ir à escola. Só aos oito anos me convenceram a voltar.

Bom, ao chegar na cidade, eu ficava encafifada, pensando como poderia a energia correr pelos fios e num simples aperto de botões tudo se iluminar. Mas, aos poucos, fui processando e me adaptando...
 
Foi bem na época da TV preto e branco, e lembro da novela que passava - Meu pé de laranja lima. Há alguém desta época lendo isso? Putz! Estou com problema de DNA (data de nascimento avançada). Pior não é isso, pois no ano que vem já não posso dizer que tenho quarenta e poucos anos - vou ter que dizer que tenho quarenta e muitos...
 
Essa coisa de escrever sobre energia está mexendo com minhas energias e imaginação. Passa cada coisa pela minha cabeça... Satisfeita, Dona Menô?
 
Energia hidráulica
 
A energia hidráulica é captada através da acumulação do rio ou barragens em represas, que servem de reservatórios que possam ser utilizados quando necessário. Obtém-se a energia através da água pelo movimento da mesma.
 
A água dos rios é cercada por uma grande parede de cimento, chamada barragem, que forma um grande lago ou represa. Da barragem saem tubos por onde corre a  água que é levada para a indústria de produção de energia.

A água entra com muita força dentro do sistema de canalização e movimenta máquinas chamadas turbinas. As turbinas possuem palhetas ou pás que rodam rapidamente e produzem energia.  Essa força faz funcionar uma máquina chamada gerador, que produz eletricidade. A eletricidade passa pelos transformadores. Destes, saem cabos e linhas que levam a energia elétrica para as casas, hospitais,  ruas, fábricas, etc.
As barragens produzem aproximadamente 17% de toda a eletricidade do mundo.

Construída sobre o rio Paraná, na fronteira entre Paraguai e Brasil, a Central Hidroelétrica de Itaipú é a maior do nosso planeta, e considerada como uma das sete maravilhas do mundo moderno. Gera 93 % da energia elétrica consumida no Paraguai e mais de 25 % da do Brasil. O Brasil e a Noruega dependem exclusivamente das barragens para manter suas luzes acesas.
 
As vantagens da energia hidráulica
 
Ela gera energia limpa;
Cria possibilidades de navegação;
Permite a irrigação das áreas desérticas ou estéreis;
Facilita o abastecimento de água potável;
Desenvolve a piscicultura.
 
Tem como desvantagens:
 
Grande área inundada;
Transtornos na agricultura, sais minerais retidos no leito da represa - solo pobre;
A pesca dos rios envolvidos desaparece;
Disseminação de doenças antes não existentes;
O desmatamento reduz a evapotranspiração.
 
Falando de luzes acesas, em 2001 e 2002,  sob o mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso, o Brasil sofreu uma crise energética por falta de chuvas, planejamento e investimentos de energia.
 
Este "apagão", um tanto quanto sem precedentes, me deixara intrigada, na época. Eu morava em Ribeirão Preto e todos os dias ia caminhar. Em minha casa eu tinha que controlar meus gastos com energia, mas nas ruas eu percebia que em cada quarteirão havia uma lâmpada acesa. Chamou-me a atenção porque no meu quarteirão era a lâmpada da porta de minha casa que ficava acesa.
 
Liguei para a Companhia de Luz e a atendente registrou o chamado, e me passou um protocolo de atendimento. Mas, nada fora feito. Meu filho quebrava a lâmpada de nossa porta e a Companhia trocava, e ela permanecia acesa. Eu mesma quebrei algumas vezes. Escrevi para a central de atendimento ao cliente do meio de comunicação televisiva de mais audiência em minha cidade e estes me retornaram o e-mail dizendo que investigaria e nada fora feito também. Entrei em contato com a TV da família Marinho através de e-mail e nada.
 
Até hoje há em minha cidade luzes acesas durante o dia e nas cidades onde esta companhia fornece energia.
 
Fico irada porque a luz consumida em vias públicas é o cidadão quem paga. Isso pra mim é ridículo, insano e imoral. Ninguém faz nada. Nem falando com o Papa.
Mas, agora eu entendo porque eu tinha que escrever sobre energia - é para denunciar  empresas abusivas que não se encontra onde reclamar.
 
Aqui na Suécia o cidadão tem direito de mudar de companhia telefônica,  se não estiver satisfeito com a mesma. No Brasil se quer ter telefone, pague o que eles querem.
 
A Suécia não dispõe de grandes recursos de combustíveis fósseis e, por isso, precisa importar petróleo, gás natural, carvão e combustível nuclear enriquecido para alimentar as usinas nucleares. A energia hidrelétrica, contudo, é abundante, graças aos desníveis dos cursos de água em Norrland, ao norte do país, contudo o país recorre quase em cinquenta por cento à energia atômica (ou nuclear).
 
Não sei o que seria de mim sem energias, seja elas de onde vierem: para aquecer este frio, funcionar máquinas, como aspirador de pó, cafeteira, entre outras, já que aqui na Suécia o custo de um empregado doméstico é altíssimo, equiparando-se ao salário de um profissional de curso superior.
 
Salve, salve, energia! Que você venha! Depende da consciência e inteligência humanas manter nosso desenvolvimento, sem destruir nosso planeta. Esperemos que sempre aconteça...
 
Gisa
Suécia, dezembro de 2007
http://gisa-skaktti.blogspot.com