Clube da Dona Menô
Dona Menô
Dissonância cognitiva

Título estranho, né?.. Pra mim também,  fosse a primeira que eu me deparasse com a expressão, mas isso aconteceu quando eu tinha mais ou menos uns (deixem-me pensar, porque depois de certo tempo o tempo não é certo...) 19 anos!!!

Ser dissonante de suas cognições, de seus conhecimentos, é estar em conflito (ou não mais engajado) com suas concepções e aprendizados. Mais ou menos isso, pois não quis ler mais sobre o termo.

Li isso pela primeira vez no primeiro livro de meu querido escritor Artur da Távola, em 1977, “Mevitevendo”. Um texto muito lindo. Não sei bem a razão, mas hoje estou assim: totalmente dissonante de meus conceitos...

O que me levou a isso? Um turbilhão de sensações, mais físicas que espirituais (?!), a princípio... Eu tive muita dor, que sempre acontece ao dormir. Eu acordo e não durmo mais. E nesta madrugada a dor induziu um sonho, que sei ser totalmente influenciado pelo que li antes de me deitar. Um sonho nada logicamente explicável.

O que li antes de deitar? Além de dezenas de coisas, ficou na minha memória inconsciente um vídeo que me mandaram sobre animais abandonados. O outro texto que me chocou foi um desses que mandam sobre o tarado que engravidou a menina de 9 anos.

Misturei tudo no sonho... Eu tinha lido também um texto (antigo na Internet) que ensinava uma mulher a pedir ajuda depois de uma abordagem de um estuprador: "Se você pedir "socorro", ninguém vai lhe ajudar. Grite "FOGO" bem alto. Todos irão se dirigir a você...".

Meu sonho começou com um gatinho bebê que eu embalava. Este gatinho era minha sobrinha, que agora reside em outro país, uma adolescente. Eu o cheirava, eu o acarinhava, mas ele fugiu e eu fiquei desesperada.

Eu estava ao lado de minha mãe (que já morreu). De repente ela começou a passar muito mal. Eu sabia que era o fim dela. Eu a peguei no colo e saí correndo pelas ruas à procura de ajuda, mas ninguém queria nem me olhar.

Eu estava com alguém no meu colo que eu não podia ajudar, tal como foram seus últimos momentos quando teve que sofrer uma eutanásia.

Juntei tudo e envelopei num embrulho de hipóteses óbvias. Sonho doido, não fosse hoje me lembrar de um detalhe, que em hipótese nenhuma estava no meu consciente: minha mãe faria aniversário dia 22 de março.

Eu não sei o que ela quis dizer com isso tudo.

Leila Marinho Lage
17 de marco de 2009

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