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HPV

 
 



 
 

Vamos desmistificar o HPV?
Querem saber de incidência? Riscos de contaminação?
Vão lá numa página médica qualquer e saberão melhor.
Aqui vou falar o português claro, ok?
Human Papova Vírus, papilomavírus, HPV, um vírus que pode infectar o ser humano - homem e mulher.
Como todo vírus, ele vive e se desenvolve dentro das células e dá um monte de filhotes. No caso do HPV, os seus filhotes vão se hospedar nas células ao lado e assim por diante, se alastrando.
O tecido humano é composto de milhares de células agrupadas. Se elas estiverem acometidas pelo vírus, aparece uma lesão no local, que pode ser ou não vista a olho nu.
As lesões visíveis geralmente são em forma de verrugas ou sinais claros ou cinzas, pequenos ou grandes, dependendo do tempo que existem; podem ser muitos, agrupados, espalhados ou apenas se notar uma verruguinha.
A lesão do HPV visível se chama condiloma acuminado e se localiza em pele ou mucosas, em qualquer lugar da genitália externa feminina ou masculina, no períneo, região anal ou peri-anal (em volta do ânus). Pode dar coceira, mas o mais comum é ser totalmente assintomática.
A genitália feminina é composta por vulva (clitóris, pequenos lábios, grandes lábios), vagina e colo do útero, que é a parte exposta do útero que dá para dentro da vagina, lá no fundo dela.
Temos como definição que genitália externa da mulher é composta pela vulva e vagina. A genitália interna é denominação para o útero e ovários.
No homem a genitália externa é representada pelo pênis e testículos.
O vírus pode estar, em ambos os sexos, presente perto ou dentro da uretra (por onde se faz xixi).
O púbis, acima do órgão genital, também é local propício e os pêlos podem esconder a sua existência.
Há casos de HPV em boca, faringe (garganta) e reto (o final do intestino, aonde vai dar o ânus).
As características das lesões dentro da vagina e no colo uterino são variadas e, na maior parte das vezes, são invisíveis na observação do paciente ou do médico, dependendo de exames laboratoriais da área suspeita, com uma coleta simples de células por raspados suaves (como, por exemplo, na mulher, o “preventivo” ou exame de Papanicolau) ou por biópsia (retirada de um pedacinho).
O estudo das células por coleta (citologia ou exames mais modernos, como a captura híbrida) e a biópsia podem ser realizados em ambos os sexos.
Por vezes é necessário o exame com uma lente em grande aumento para se descobrir se há ou onde está a agressão do tecido: colposcopía para a mulher e peniscopia para o homem.
 A presença deste vírus dentro da cavidade uterina ainda é discutida, mas há relatos raríssimos de infecção fetal. A via de transmissão para o bebê é essencialmente o parto normal, quando a genitália da mãe está contaminada.
Um simples contato íntimo do casal, quando um está com o vírus, é suficiente para a transmissão. Claro que nem toda vez que nós temos contato sexual com parceiros ou parceiras, acometidos pelo o vírus, seremos afetados. Depende de nossa imunidade no momento.
A imunidade depende de boa alimentação, não existirem outras doenças que derrubem nossas defesas e de evitarmos o stress.
Assim sendo, vê-se que o vírus é de fácil transmissão e tudo que envolve sexo é de complexa abordagem, pois abrange sentimentos, dúvidas, costumes e preconceitos.
Não é apenas um só vírus – são de vários tipos, que estão divididos em grupo I e II. Os mais agressivos, com tendência a malignização, pertencem ao grupo II.
O Papovavírus tem muita afinidade pelo colo do útero, onde há mais possibilidade de mutação do tecido, evoluindo para o câncer. Por isso a mulher está mais susceptível que o homem a esta doença, que mata atualmente mais de 7000 mulheres ao ano.
Se as mulheres são regularmente examinadas, precocemente diagnosticadas e devidamente tratadas, dificilmente irão chegar a este ponto.
Na literatura fala-se em trinta por cento de mulheres portadoras do vírus, podendo se triplicar o número, pois muitas não têm o diagnóstico e estão passando o vírus sem saberem - tanto quanto os homens.
A doença pode se curar espontaneamente ou levar anos para isso. Às vezes a pessoa convive com a doença vida toda. Pode-se “conviver” com  o bichinho  sem ele levar ao câncer.
O comum é a cura espontânea ou com tratamentos, que vão desde cremes, soluções, ácidos, cauterizações elétricas ou a gelo e cirurgias, dependendo de cada caso. Pode haver indicação de medicamentos complementares para aumentar a imunidade.
Já existe vacinação liberada para os tipos de HPV que levam ao câncer do colo uterino. É uma vacina cara, mas está liberada para qualquer pessoa.
A falta de higiene, a freqüência de contatos sexuais e a variedade de parceiros levam à maior possibilidade de se adquirir o vírus. Quanto mais parceiros sexuais a pessoa tiver, mais propensa ela está em pegar o HPV ou qualquer outra doença contagiosa - simples ou não .
A rotina de rastreamento desta e de outras doenças sexualmente transmissíveis e os exames preventivos da mulher para o diagnóstico de câncer ginecológico vêm sendo uma conquista e, ao mesmo tempo, um grande desafio em nosso meio. A sociedade tem degraus na condição financeira e nem todos alcançam a perfeição em atendimento médico.
O câncer e as lesões pré-cancerígenas que podem ser detectadas, tratadas e curadas dependem do nível e da condição de atendimento nas instituições públicas, onde há deficiências seculares e onde se encontra a maior parte da população em questão.
O câncer no colo uterino, além do câncer de mama, são as doenças malignas mais comuns nas mulheres e as campanhas para a detecção precoce não acompanham o efetivo tratamento por não haver possibilidade de atendimento a todas da mesma forma.
Algumas vezes é possível lançar mão de medicações que são inacessíveis para a maioria da população por serem caríssimas.
Com freqüência isso leva a uma medicina invasiva, mais que preventiva, por ser mais fácil uma conduta cirúrgica do que anos de acompanhamento e investigação  em milhares de pessoas.
E que se dê graças aos céus quando se pode chegar a um atendimento, seja ele qual for.
A prevenção em curto prazo é cara. Envolve a política, a condição social, a administração hospitalar, além da informação e conscientização do povo, tanto nos seus direitos, quanto na mudança do comportamento e relacionamento sexual.
Os tabus em relação a sexo, além da falta de orientação nos vários setores da medicina, perpetuam qualquer transmissão por via sexual - tal como AIDS, herpes genital, gonorréia, sífilis, infecção por Chlamydia tracomatis e tantas outras doenças. Aqui, vamos nos restringir a HPV....

Somos habitantes de um país enorme, cheio de diferenças sociais, com uma medicina diretamente ligada à política interna, que se encontra precária há muitos e muitos anos e não evoluiu com as modernas conquistas da ciência, sendo as mesmas , regalia de poucos privilegiados.
Ter um plano de saúde, que é outra escravidão (assunto para um outro texto enorme como este), ter dinheiro para ser atendido por um médico particular, fazer exames caros e comprar medicamentos é ser privilegiado, é ser rico , poder viver e morrer melhor.
Os médicos têm obrigação, tanto quanto possível, de alertar a população que atende, sendo, além de um profissional de saúde, um conselheiro e  educador.
O paciente deve sanar todos os tabus com relação às DST (doenças sexualmente transmissíveis) através de aprendizado e exercício do diálogo com o parceiro ou parceira.
Não haverá considerável diminuição desta doença em nosso meio caso se continue desvinculando o HPV do relacionamento sexual, que extrapola o ato sexual. Sexo bem feito vai além da cama e continua no diálogo , na relação humana.
O machismo em achar que só a mulher traz doenças “venéreas” (palavra expurgada do dicionário médico por ser pejorativa e agressiva), não vai frear a epidemia, ou melhor, a pandemia deste vírus, que é mundial.

Por ser a mulher a maior vítima das conseqüências do Papovavírus Humano, são necessárias a responsabilidade e boa vontade do parceiro, que deve ser conscientizado, mais do que intimado, a se cuidar e ser  rotineiramente examinado.
 
     
  Março de 2006
Leila Marinho Lage