Clube da Dona Menô
Dona Menô


Fatores que predispõem ao câncer de mama

As doenças mais comuns no mundo inteiro e as mais letais são:

- Doenças cardiovasculares, tais como o infarto do miocárdio (ou enfarte) e hipertensão arterial
- Diabetes
- Câncer de pulmão
- Câncer de mama feminino (porque homem também pode ter doenças nas mamas, inclusive câncer, numa incidência bem menor).

Todas elas estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento, porque se nota que, com a melhoria da qualidade de vida, o ser humano passou a ser sedentário, a comer alto teor de gorduras e a adquirir hábitos nocivos (como o álcool e o tabaco).

O grupo mais afetado pelo câncer de mama são as mulheres acima de 50 anos, mas desde a adolescência a moça precisa ser examinada.

Agora citaremos os principais fatores de risco para a mulher. Não faremos uma relação de acordo com importância, e, sim, com os tópicos mais discutidos atualmente.

TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL

A mulher tem se preocupado cada vez mais em se cuidar das consequências da menopausa, que é a parada de produção dos hormônios femininos pelos ovários.

Com relativa frequência vemos que aumentou o número de casos de câncer das mamas após introdução de tratamento com hormônio feminino (estrogênios) nestas mulheres.

Tendo em vista que se deve haver um rigoroso rastreamento prévio de câncer de útero e mamas antes de se administrar com segurança estas medicações, além do acompanhamento sistemático das pacientes usuárias destes remédios, há de se ter cuidado  para não causarmos mais mal do que bem com esta terapia.

Cada caso é um caso e não existe a mesma verdade e a mesma conduta para todas. Uma série de questões devem ser avaliadas:
 
- O tempo de uso da medicação
- A substância administrada e sua dosagem
- Os sintomas efeitos colaterais com estes esquemas terapêuticos
- Os exames de rotina (exame ginecológico, preventivo, ultra- sonografia das mamas e do útero, a mamografia e os exames laboratoriais)
   
É conveniente ouvir a própria vontade da mulher em se submeter ou não a este tratamento. Toda mulher que não tem riscos conhecidos tem o direito a ser tratada com hormônios, se for este o seu desejo. Cabe ao médico esclarecer suas dúvidas e dar sua opinião pessoal, além de abordar todos os benefícios da reposição hormonal, os riscos aos quais ela está propensa e se dispor a  acompanhá-la devidamente. Mesmo que o médico não concorde, ele deve esclarecer à paciente quanto aos tratamentos alternativos, como é o caso da fitoterapia.

O hormônio passa a ser nocivo principalmente quando mal usado e quando a mulher não tem a regularidade necessária na sua assistência médica e passa a usar os hormônios sem ir ao médico periodicamente.

Quando a mulher entra na menopausa, a glândula mamária passa a involuir por falta de estrogênio. O estrogênio é que que faz a proliferação destas células.

O estrogênio sintético, produzido em laboratório, com alta tecnologia, vem para continuar a proliferação das células mamárias numa época em que a natureza já tinha ordenado o “stop”.

Reposição hormonal não é conduta errada se realizada nas normas de segurança. A mulher deve ser vista num conjunto, pesando-se os possíveis benefícios e prejuízos com o tratamento preconizado.

FATOR GENÉTICO

Corre-se mais risco em se ter um câncer quando existem tem parentes próximas (prima, tia, irmã, mãe, filha) com o mesmo problema. Pode ser coincidência ou haver nestas mulheres um fator familiar ligado aos gens.

É conhecido que as mutações nos gens BRCA1 (do cromossoma 17) e o BRCA2 (do cromossoma 13) do nosso código genético, são responsáveis por alguns cânceres, especialmente o da mama.

O exame que detecta estes genes pode ser realizado e tem o objetivo de dar maior atenção a este grupo. O estudo genético não é um exame comum, fácil ou barato e não estando acessível à maioria das pessoas.

ANTICONCEPCIONAIS

Têm-se  correlacionado usuárias de anticoncepcionais hormonais (que contenham estrogênios em alta dose e usados por longo tempo) com o câncer de mama.

As pacientes que tenham queixas de dor mamária e aumento das mamas, além das portadoras de alterações funcionais benignas - AFBM - devem fazer uso da menor concentração hormonal possível ou escolherem outro método anticoncepcional.

Nas alterações funcionais benigmnas das mamas a mulher apresenta cistos, nódulos sólidos, dor mamária, etc. 
Estas mamas são muito mais sensíveis aos hormônios, principalmente se usados indiscriminadamente, como muitas fazem.

Não quer dizer que anticoncepcional irá causar câncer. Às vezes, é o anticoncepcional hormonal o protetor de certas disfunções hormonais na mulher, que seriam mais prejudiciais que o próprio medicamento, como é o caso da anovulação por ovários micropolicísticos, onde a mulher produz estrogênios em excesso.

Novamente volto a dizer que qualquer hormônio deste tipo deve ser receitado pelo ginecologista e este tem que estar alerta, já que será um remédio de uso continuado, constantemente agindo nas mamas e em várias partes do organismo.

OBESIDADE

A gordura corpórea retém estrogênio produzido pelos ovários e este estrogênio passa a ser eliminado no sangue e para as mamas, como se a gordura fosse  um ovário extra. Obesidade, além de ser maléfico para as mamas, também é um fator de risco para o câncer na cavidade do útero (câncer endometrial). Quem é obeso tem mais facilidade para apresentar diabetes, hipertensão arterial, enfarte, câncer ginecológico e uma infinidade de outras doenças.

É o mal da humanidade, que está acometendo cada vez mais toda a população mundial.

Quando a mulher entra na menopausa é muito comum as obesas não apresentarem sintomas por um longo tempo (ou nunca), pois estes estrogênios depositados fazem a ação de um remédio à base de hormônio feminino tomado todo dia, sem controle – uma verdadeira descarga hormonal, sem prazo definido para acabar.

GESTAÇÂO E MENOPAUSA TARDIAS, NULIPARIDADE E ANOVULAÇÂO

Não entenderam, nada, não é? Se não entenderem  a fisiologia da coisa, não há problema. Apenas entendam as conclusões. Tentarei explicar:

Como já foi falado, os hormônios femininos proliferam as glândula mamária. Estes hormônios são produzidos pelo ovário e preparam a mulher todo mês para ovular e engravidar. Eles também  agem na pele, nos ossos, nas cartilagens, nos vasos sanguíneos, mamas, intestino, etc. Agem beneficamente, têm função definida em cada órgão, mas trazem alguns “efeitos colaterais” para certas pessoas.

É por isso que muitas mulheres no período pré- menstrual se sentem inchadas, mais pesadas, com dor mamária, dor nas pernas, dor de cabeça, nervosas, depressivas e uma infinidade de sinais e sintomas caracterizando a Tensão Pré Menstrual (TPM).

É possível, por várias causas, a mulher produzir seus hormônios sem ter acontecido a ovulação. Ou seja, um ciclo anovulatório, onde apresentará distúrbios na regularidade dos mesmos e diferença no fluxo menstrual para mais ou menos (sangramento disfuncional) ou, até, ausência de menstruação (amenorréia).

Também as mamas sofrem com isso e elas se desenvolvem anormalmente, caso os estrogênios estejam altos por um período mais prolongado.

Em ciclos ovulatórios, durante a menstruação, os hormônios estão bem baixos, então, o cérebro (na hipófise e o no hipotálamo) “percebe” esta queda no hormônio na corrente sanguínea e manda mensagens para os ovários começarem a trabalhar.

Várias substâncias de outros órgãos estão envolvidos neste trabalho concomitantemente (tireóide, supra renal, pâncreas, etc).

Na primeira fase do ciclo (fase proliferativa) o estrogênio vai aumentando gradativamente e por volta do 14º dia após o início da menstruação, há o seu pico. Daí, o cérebro manda outra mensagem para o ovário, que vai expulsar um ou mais óvulos (geralmente um). Inicia-se, então, o preparo do corpo para receber um espermatozóide, para o óvulo ser fecundado e começar uma gravidez.

Na segunda fase do ciclo muda-se a concentração do estrogênio e o ovário passa a produzir progesterona em maior quantidade.

A finalidade principal da progesterona é manter o ovo (óvulo fecundado) dentro do útero, bem firmado e nutrido pela cavidade uterina.

Enquanto isto, as mamas também se transformam e passam a “inchar”, preparando-se, desde já, para a futura amamentação.

Se a mulher não engravidou naquele mês, o cérebro sente que a progesterona está alta demais, o endométrio (a camada interna do útero) fica sobrecarregado de células e descama, acarretando o sangramento menstrual (em torno de outros 14 dias depois da ovulação).

O ciclo varia de pessoa para pessoa e pode ter um intervalo diferente a cada mês. O comum é se ter ciclos menstruais entre 28 a 30 dias, com duração de sangramento de três a sete dias.

Quando a mulher não ovula por algum distúrbio hormonal, os estrogênios agem indefinidamente, sem contraposição da progesterona; o cérebro fica maluco, não controla nada direito e os ductos e lobos mamários os ductos) se desenvolvem anormalmente.

O mesmo acontece no útero. É como se o corpo virasse uma fornalha, onde o material de alta combustão fosse as mamas e o útero e o combustível fosse os estrogênios.

Agora imaginem isso por anos a fio em cima das mamas. É condição propícia para a maturação errada das células e sua mutação, levando a células estranhas, com comportamento anormal e tomando conta daquele órgão – o câncer.

A ovulação passa a acontecer nos primeiros anos a partir da menarca (primeira menstruação da adolescente) e vai falhando em média a partir de quarenta e cinco anos.

Temos óvulos reservados em fase imatura dentro dos dois ovários desde que nascemos e, com o início da função ovariana, na adolescência, estes óvulos passam a ser eliminados ciclicamente até a mulher entrar na menopausa.

A ovulação acontece em um ovário ou no outro, e ninguém sabe dizer o que determina isso a cada mês. Quando os óvulos começam a faltar, a mulher passa a apresentar distúrbios menstruais. Enquanto os ovários puderem produzir hormônios ela menstruará, mas ele tem tempo definido: envelhece e cansa, parando de funcionar. Desta forma, menopausa significa a parada da produção hormonal total dos ovários - em torno de cinquenta anos de idade.

Dei esta aulinha somente para poder lhes fazer entender que:

Quanto mais a mulher tiver ciclos, mais ela está predisposta ao câncer. Ou seja: a menarca precoce (o começo da vida menstrual muito cedo) ou a menopausa tardia (a partir de cinquenta e cinco anos).

As mulheres nuligestas (que nunca engravidaram) ou que não seguiram com a gestação e abortaram (nulíparas, que nunca pariram), têm mais ciclos menstruais (mais ação estrogênica no corpo) - também explicando o fator protetor da gravidez em relação ao câncer de mama.

Diz-se que, para a proteção contra o câncer das mamas, a mulher deve engravidar na fase mais jovem e, não, tardiamente (primigesta idosa - que é a partir de trinta e cinco anos).

Outro detalhe: A progesterona, que nós produzimos ou que é ingerida, não protege quanto ao câncer das mamas. Até porque ela também se transforma em estrogênio no parênquima mamário. Entretanto, no útero a progesterona tem efeito protetor, pois neutraliza os receptores estrogênicos do endométrio (cavidade uterina), diminuindo a proliferação celular acusada pelo estrogênio. Por isso, as mulheres que fazem reposição hormonal na menopausa com estrógenos e possuem útero, devem associar estrogênio e progesterona na medicação que vai usar.

FATOR ALIMENTAR

Aqui somente será falado sobre os efeitos maléficos de certos alimentos.

Alguns deles são prejudiciais à saúde e afetam as mamas, possibilitando nódulos, cistos e dor mamária, principalmente nos dias que antecedem a menstruação, mas, nada foi provado quanto ao câncer. Incluem-se neste grupo a cafeína, os chás, o café, refrigerantes a base de cola e o chocolate.

As bebidas alcoólicas  aumentam os radicais livres no corpo e propiciam aparecimento de mutações genéticas.
As gorduras animais também são nocivas e, aliado a isto, quem come muita gordura provavelmente está acima do peso - outro fator para o câncer.

As gorduras animais estão cheias de hormônios semelhantes ao estrogênio que são administrados aos animais. Estaremos ingerindo, em longo prazo, estes hormônios.

IRRADIAÇÂO

A exposição frequente ou maciça a irradiações está diretamente ligada ao câncer, inclusive de mama, por alterarem o desenvolvimento e maturação da célula normal.

AGENTES CARCINOGÊNICOS

Em especial dá-se relevância a alguns pesticidas das lavouras, que trazem em sua fórmula substâncias semelhantes aos estrogênios.

Leila Marinho Lage
CRM 52-38501-5